Supõe-se que o ensino de leitura no 9º
ano do ensino fundamental não é trabalhado de forma adequado em todas as redes
de ensino. Isso não desperta o interesse do aluno. Ao ser obrigado a ler um
texto sem uma prévia contextualização, o aluno fica desinteressado, o que é um
problema para o trabalho de leitura. Partindo desse contexto, este ensaio tem
como objetivo levantar estratégias de leitura, baseadas em teorias cognitivas,
que levem o leitor a se interessar, a entender e, consequentemente, a trabalhar
sua visão crítica sobre o texto, especificamente, do domínio jornalístico, que
focalizam personalidades ou assuntos familiares aos alunos, manchetes
políticas, reportagens esportivas, críticas de filmes, de livros, de discos
etc, o que pode favorecer o interesse do aluno pela leitura.
O texto jornalístico por tratar de temas
atuais como notícias, manchetes críticas de filmes, livros etc, acionam um
fator imprescindível a toda comunicação: o
conhecimento prévio, que permite a antecipação e a formulação de hipóteses
sobre os fatos e os acontecimentos relatados (KLEIMAN, 2011). Ao ler pela
primeira vez uma reportagem, o leitor pode deixar de perceber alguns aspectos linguísticos,
pois seu conhecimento sobre a intenção do texto não é ativado para uma leitura
mais organizada, de forma que ele saiba em que contexto foi produzido, quem é o
público alvo da reportagem. Quando conseguimos perceber o objetivo daquele
texto, a busca pela compreensão se torna mais agradável.
A reportagem tem por essência a descrição
e a caracterização dos eventos. Para isso a reportagem conta com algumas
perguntas que ao serem respondidas formarão a estrutura do texto como o quê?,
como?, quando?, onde?, por quê?, quem?, (ARAÚJO, 2015). Sendo levantadas essas
questões, o leitor iniciante terá uma base de leitura. Um procedimento
inadequado para textos desse gênero é fazer essas perguntas antes da leitura, o
que fará com que o aluno só precise passar o olho pelo texto à procura de
trechos que repitam o material já decodificado da pergunta. Também outras
questões que podem ser levantadas são sobre o objetivo daquele texto.
Quando o professor pede ao aluno que
procure adjetivos, sujeitos ou frases exclamativas, por exemplo, no texto, ele
faz com que o texto seja apenas um pretexto para o ensino de regras sintáticas,
deixando de lado o objetivo da reportagem, seja ele informar, vender um
produto, alertar sobre alguma questão, etc, o que faz com que a extração do sentido
ou a busca pela intenção daquele texto seja difícil de ser encontrada. Assim a
compreensão fica comprometida e a atividade de leitura como busca pelas ideias
torna-se uma tarefa difícil. Ela se torna difícil demais justamente porque não
fará sentido.
Uma das barreiras que o professor deve
enfrentar para ensinar o aluno a ler é a própria resistência do aluno. Aí os
textos jornalísticos entram como grandes contribuidores, pois por tratar de
assuntos atuais torna a atividade de leitura mais agradável. Quando a atividade
de leitura é feita com prazer, o aluno não se torna um leitor passivo, ele não aceitará
a contradição e a incoerência. E para
facilitar, antes de começar a leitura, podemos despertar o conhecimento de
mundo do aluno, contando uma história que se relacione com o texto, abrir um diálogo
com todos os alunos, o que fará com que eles ouçam opiniões dos diferentes
colegas e, assim, comecem a criticar as ideias alheias. Com isso,
consequentemente, quando o aluno ler uma notícia ou a uma reportagem, por
exemplo, ele terá mais facilidade em criticar o que está escrito, da mesma
forma que ele se opõe a ideia de seu colega de classe durante as discussões.
Concluo que para que a leitura seja de
certa forma um diálogo entre o texto e leitor, exige-se uma prática que
estabeleça uma ponte, tendo como resultado a legítima interação, a construção
do significado e, consequentemente, um posicionamento crítico do leitor, seja a
favor ou contra, sobre o assunto.
Breno Cruz[1]
[1] Graduando do curso de Letras da
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte – FACISABH. Ensaio
produzido nas aulas da disciplina “Produção de textos III”.
REFERÊNCIAS
ARAUJO,
Ana Paula de. Textos Jornalísticos. In:
ARAUJO, Ana Paula de. Disponível em: <http://www.infoescola.com/redacao/textos-jornalisticos>.
Acesso em: 28 abr. 2015.
KLEIMAN,
Angela. Leitura: ensino e pesquisa.
4. ed. Campinas: Pontes, 2011.
KLEIMAN,
Angela. Oficina de leitura: teoria e
prática. 10 ed. Campinas: Pontes, 2004.
Por ser um fato o desinteresse dos alunos do 9º ano pela leitura, observa-se a necessidade de um estímulo ao cognitivo para despertar esse interesse aos educandos nessa fase escolar.
ResponderExcluirA proposta de contextualização de reportagens jornalísticas considerando o conhecimento prévio dos alunos, pode resultar num debate proveitoso em sala de aula, que consequentemente desperta o interesse dos alunos pela leitura. Por outro lado os textos jornalísticos tendem a posicionar o aluno com a própria realidade, o que faz aflorar o senso crítico de acordo com a realidade de cada aluno, daí a importância do conhecimento de mundo em um diálogo entre o professor, o texto e os alunos.
Outro ponto importante abordado é a exclusividade de atividades. Ao trabalhar com ensino de leitura, o professor deve destinar o texto somente à leitura e interpretação, sem mesclar com buscas de frases ou classes gramaticais existentes no texto, pois isso pode ocasionar na fragmentação do texto, deixando-o desinteressante.
Contudo as propostas apresentadas para a melhoria do ensino à leitura têm boas possibilidades de êxito.
Por ser um fato o desinteresse dos alunos do 9º ano pela leitura, observa-se a necessidade de um estímulo ao cognitivo para despertar esse interesse aos educandos nessa fase escolar.
ResponderExcluirA proposta de contextualização de reportagens jornalísticas considerando o conhecimento prévio dos alunos, pode resultar num debate proveitoso em sala de aula, que consequentemente desperta o interesse dos alunos pela leitura. Por outro lado os textos jornalísticos tendem a posicionar o aluno com a própria realidade, o que faz aflorar o senso crítico de acordo com a realidade de cada aluno, daí a importância do conhecimento de mundo em um diálogo entre o professor, o texto e os alunos.
Outro ponto importante abordado é a exclusividade de atividades. Ao trabalhar com ensino de leitura, o professor deve destinar o texto somente à leitura e interpretação, sem mesclar com buscas de frases ou classes gramaticais existentes no texto, pois isso pode ocasionar na fragmentação do texto, deixando-o desinteressante.
Contudo as propostas apresentadas para a melhoria do ensino à leitura têm boas possibilidades de êxito.